"Lastimáveis aviões, torturantes!"
No início da década dos anos setenta, estava eu à procura de casa, para comprar; quando, no bairro Montese, em Fortaleza, eu encontrei um lindo bangalô que ficava bem próximo ao Mercantil São José, ali existente.
O simpático corretor de imóveis não teve a felicidade de vendê-lo a mim, porque, na ocasião, um estarrecedor som dum avião, o qual aterrissava pelo alto do teto de tal imóvel, desencantou toda a minha vontade de comprá-lo.
Hoje, a quase meio século da compra não concretizada daquele belo bangalô, moro numa rua, onde o céu se tornou rota natural de quase todas aeronaves que aterrissam ou decolam nos velho e novo aeroportos, daqui, de Fortaleza.
Com relação a sons de aviões, um fato histórico, muito angustiante, para mim, tem-me perseguido, corriqueiramente, trazendo-me tristíssimas lembranças da segunda guerra mundial, o sofrível som de quaisquer aviõezinhos, bi motores.
Lembro-me, ainda, das horríveis noites, passadas (1945), quando sirenas ardiam aos ouvidos, dando-nos expresso aviso, para que apagássemos as luzes de casa, até segunda sirenada; quando aviões cruzavam o negro céu de Fortaleza.
Finda a grande guerra, moradores do bairro apedrejaram a nossa casa, aos gritos: "Fora, alemães... Fora, alemães! Pelo "pecado" de sermos descendentes de alemães; e não fora a intervenção de valentes e generosos vizinhos, babau...
Assim, até hoje, esses aviõezinhos de zum-zum, lento e irritante, me deixam incomodado; e, agora que estamos em época de eleições, a coisa se torna mais pertubante; veem-me as lembranças dos tristes episódios do final da guerra.
Que as empresas de aviação, para vôos executivos, não só se desfaçam dos aviõezinhos bi motorizados, modelos tão cafonas; mas, se valam dos jatinhos, do tipo acima mostrado, modernos e mais confortáveis aos seus usuários.
Vejam bem! Os usuários teriam mais conforto, mais segurança e poupariam o precioso tempo, gasto nas suas viagens, o tempo jogado fora nos bi motorizados. Além disto, Camilinho estaria livre dos torturantes zuns-zuns deles... Hem?
Pedro Mallmann/CAMILINHO
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