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Um produtor de queijos, neste mundão do meu país - a mim, não é relevante citar o local onde ele se estabiliza; ao ser entrevistado pelo repórter de um programa rural de TV, deu verdadeira aula de como se deve organizar uma empresa de produtos derivados do leite, visando a melhor qualidade, para os seus consumidores.
Disse o jovem empreendedor que, às instalações de sua empresa, destinadas à fabricação do queijo, nenhum operário tem acesso, sem que, antes, haja tomado banho e tenha feito a troca de suas vestimentas por outras, limpas, oferecidas pela gerência. Assim, se verdadeiro, é um caso a ser copiado pelos seus concorrentes.
Sem fazer apologia ao ceticismo, acho que seria extraordinário, se tal conduta fosse mantida por aquele produtor, durante suas atividades corriqueiras. Não, somente, no momento planejado para aquele entrevista. Será que a equipe da TV, entrevistadora, o surpreenderia, numa outra vez, operando da mesma maneira?
Este caso me serve de gancho para sugerir ao Egrégio Conselho Nacional de Medicina, a implantação da grande ideia do nobre produtor de queijos, em todos os hospitais e postos de saúde, no país inteiro; de tal maneira que a triste e indesejável infecção hospitalar possa estar bem mais ausente, na saúde brasileira.
Se não vejamos!
Aos profissionais de cirurgia que, após os atendimentos a seus pacientes, nos consultórios, se dirigem às salas de cirurgias. Pois, lá, se cobrem, apenas, com batas esterilizadas, ignorando suas roupas que possam, talvez, haver sido infectadas, anteriormente, nos consultórios, dependendo do grau de infecção do paciente.
Aos peofissionais de enfermagem que, após as sucessivas visitas aos pacientes, nos apartamentos, ou, nas enfermarias, prestam serviços, também, nas salas de cirurgias. Eles, como membros da mesa operatória, são passivos, também, da transmissão de uma infecção hospitalar. Requer-lhes mesmos cuidados hospitalares.
Aos profissionais anestesiologistas que, independente de outras suas atividades, procuram integrar-se a determinados grupos de mesas cirúrgicas. São tão responsáveis, tanto quanto as equipes de cirurgia e de enfermaria; mesmo, assim, possam até ignorar as normas de segurança para pacientes, nas salas de cirurgias.
Resumindo:
Ninguém, absolutamente, ninguém poderá adentrar nas salas de cirurgias; também, nas salas de unidade de tratamento intensivo (UTI), sem que, antes, tome banho e troque sua roupa, por outra, devidamente adequada e esterilizada. Ou, será que alguns fardos de queijo valerão muito mais do que nós, as criaturas de Deus?
Se o produtor de queijo prima pela imunidade do seu produto, por que não o médico-cirurgião zelar pela vida do seu paciente?
ATENTA, C.N.M. ...(!)
Pedro Mallmann Filho/CAMILINHO
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