POUCA VERGONHA, SENHORES PARLAMENTARES!
Noticia-se que se está sendo elaborado, no Congresso Nacional, um imundo projeto de lei que virá a delimitar o tempo de pagamento das pensões a viúvas, para até o prazo de dez anos, com a falsa e nojenta desculpa de que, com isto, se repararia danos na previdência social; se tais foram causados por ímpobros administradores.
Quem, jamais, poderiam ser responsabilizadas pelo absurdos excessos registrados, desde há tantos anos, na previdência social deste país, são as desditosas e indefesas pensionistas, as quais não têm culpa, absolutamente, pela indesejável viuvez. As pensões, em apreço, são direitos adquiridos. Extinguí-las, ainda que parcialmente, é ato inconstitucional e iníquo... Senhores parlamentares!
A princípio, os senhores haveriam, sim, que instituir leis específicas que venham a reduzir exorbitantes salários e a extinguir outras vergonhosas prerrogativas pecuniárias de todos os políticos deste nosso imenso país, sem exceção...Vereadores, prefeitos, desputados estaduais, deputados federais, senadores e, até mesmo, presidente. Dissipar-se-ia, assim, os supérfluos dispêndios, na economia nacional.
Com seus salários reduzidos, meus senhores, as suas escandalosas aposentadorias viriam a abrandar a escassez de numerários, nos cofres do nosso órgão máximo da previdência social (INSS). Daí, poder-se-ia dizer "dois coelhos pegos numa só cajadada"... O Estado poderia aplicar essa dinheirama, toda, em relevantes projetos sociais; e o INSS teria meios para aliviar a atualíssima e irrefreável crise, no setor público de saúde.
Ah! Os senhores não tiveram o menor sentimento de dignidade, quando não guardaram os direitos adquiridos pela classe operária, ao dilatar o prazo do tempo de serviços para aposentadoria, pois o trabalhador já ganha suado e minguado salário; a vista dos senhores, privilegiados pelas remunerações astronômicas e prasos ínfimos do tempo de serviços para suas enlameadas aposentadorias.
É demais vergonhoso, ainda, saber-se que, em tempo algum, ao mais vil político - resguardado pela famigerada impunidade parlamentar - não tenha sido cominado severas penas, por comprovado peculato; confiscando, inclusive, todos seus bens, como garantia de que, aos cofres do Estado, a monta do desfalque seja restituída, integralmente.
Ainda, há que se lamentar, pela decisão da benevolente CPI, que condena os parlamentares implicados nos chamados mensalinhos e mensalões, apenas, a prestar serviços sociais, durante curtíssimos períodos; e não lhes serão tomados os valores ou bens apropriados. Ih! Onde se encontrarão Rogério Magri e Jeorgina de Freitas, personagens da novela dos escândalos da previdência, no governo Collor de Mello... (!) Talvez, lá pelas bandas da Suíça, esbanjando o que, no Brasil, não lhe exigiram, de volta, aos cofres de nosso INSS; sempre, pessimamente administrado.
Pedro Mallmann Filho-CAMILINHO
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