"LEI SÊCA" - Não mais tomo minhas cervejinhas, na praia!

Nosso imenso e lindo país está, cada vez mais, contaminado pela ascenção de pessoas incapacitadas ao comando de administrações públicas; notadamente, nas Repartições Federais de Trânsito, onde se regem leis paliativas, como a que, então, coibe o uso de bebidas alcoólicas, a todos os usuários de veículos automotorizados.

As pesquisas que, há alguns meses, haviam sido divulgadas pela Imprensa Nacional, dando ênfase à diminuição de acidentes de trânsito, graças à "Lei Sêca", foram para as cucúias; posto que, as ocorrências fatídicas, em todas as rodovias federais, estaduais e municipais, se estão agravando, assustadoramente, inda que persista o uso do bafômetro.

Há que se admitir que já não somos lépidas criancinhas, a mercê das imoderações de adultos que, para livrar-se das traquinices, as submetem ao castigo imediato da proibição, em troca de fazer com que elas possam discernir a causa da repreensão.

Somos, pois, privados daquilo que nós é agradável, quando em divertimentos sadios e sem que venham a acarretar, evidentemente, consequências nocivas para outrem. Deixa-nos frustrados esta insana "Lei Sêca"!

Submetem-nos ao uso de instrumentos duvidosos, quanto ao asseio, simplismente, por acharem que estamos, dirigindo, alcoolizados. Somos constrangidos pelo uso do bafômetro!

Conheço inúmeras pessoas que ingerem certa quantidade de cerveja (oito a dôze garrafas da "loura suada"), num espaço de quatro horas, em festinhas ou outras comemorações sociais, sem que, com isto, fiquem embriagadas, ou percam os reflexos necessários para a condução normal do seu veículo. Incluo-me entre elas.

Era comum, numa manhã de praia, período de oito às onze horas, tomar oito copos de cerveja (duas garrafas) e retornar, para casa, sem riscos de acidentes, porque a "loura suada" não me deixa embriagado, facilmente. Jamais perdi meus reflexos por haver ingerido minhas cervejinhas, aos domingos. Mas, com a perversa "Lei Sêca", basta-me tomar, apenas, dois copos de cerveja, para que o bafômetro me deixe em maus lençóis, se, acaso, for pego por fiscais do trânsito. Assim, não mais tomo minhas cervejinhas, na praia! Diz o velho ditado que "o justo paga pelo pecador"!

Os "sábios" do Departamento Nacional de Trânsito, aqueles que regem as "eficientes" regras de trânsito, deveriam, sim, em troca da famigerada "Lei Sêca", criarem regras com punições bastante severas aos que, dirigindo veículos automorizados, forem flagrados em visível estado de embriaguez; regras com suspensões de habilitações, durante um ano, nos casos de acidentes por embriaguez; suspensão de habilitação, durante dois anos, na reincidencia; cassação definitiva da habilitação, quando pego pela terceira vez; prisão e condenação, em caso de acidentes, com morte, por embriguez.

Quem sabe beber, moderadamente, não deve pagar por aqueles que ficam pilecados, aos primeiros goles da bebida.


Pedro Mallmann Filho - CAMILINHO

"O BAFÔMETRO ANALISA O GRAU DE ÁLCOOL QUE INGERIMOS; E, NÃO, O GRAU DE TOLERÂNCIA DO NOSSO METABOLISMO!"