DELINQUENTES DO FUTEBOL
DENÚNCIA a ser examinada com meticulosidade!
Há alguns anos, quando o Fortaleza Esporte Clube fazia uma seguida (segundo ano seguido) participação na divisão de elite do futebol brasileiro, eu testemunhei um episódio deprimente para nosso sofrido desporto alencarino.
Fazia eu o percurso do Centro de Fortaleza à Messejana, através da linha Circular Via Frei Cirilo, quando ao se aproximar do Hospital do Coração de Messejana, de súbito, aconteceu um episódio inusitado, tão só para mim.
Eu não me havia tocado sobre a vozearia da parte de um grupo de marmanjos maltrapilhos - uns dezoito caras, mais ou menos - que se encontrava na parte traseira daquele superlotado ônibus, que fazia linha ao Centro messejanense.
Já ao passarem pela roleta, ouvi um daqueles pelintras, magrelo e alto, perguntar a um outro tribufu, gordo e baixinho, se não iria participar do "cenário" de um grande jogo de futebol, como eles propriamente se entendiam entre si.
Alguns vestiam camisas tricolores, e outros, alvinegras... Mas o baixinho respondeu ao varapau: "Eu? Eu não visto a camisa daquela p... (Fortaleza) nem que seja pra acabar com ele"... Daí, eu entendi o espírito da coisa!
Era uma turma de delinquentes, aqueles que participam do tal "cenário" dentro das torcidas organizadas, quer seja da TUF ou da CEARAMOR, para roubar a paz dos verdadeiros torcedores do Fortaleza ou do Ceará.
Era um dia de sábado, o Fortaleza jogaria no domingo... Ao chegar em casa, procurei comunicar-me com o Sílvio Carlos, dirigente tricolor, para lhe fazer ciente de tudo aquilo que ouvi durante a providencial viagem de ônibus.
Não conseguindo falar com o Sílvio Carlos, lhe deixei um recado aos cuidados de um jornalista do Jornal O Povo; mas no dia seguinte, o Fortaleza foi derrotado... E o pau comeu, deveras, no majestoso Estádio do Castelão.
O "Tricolor de Aço" perdeu o mando de campo, e, por dura coincidência, naquele mesmo ano, foi rebaixado para a segunda divisão, como tristeza ou como castigo à grandiosa e fiel torcida do "Time de Garotada".
A partir daquele dia, tomei conhecimento de que existe - não só em nosso Estado - em todo o nosso país, grupos anônimos de infiltrações nas torcidas organizadas, feitores das grandes desordens, em jogos de futebol.
O grupo citado, aqui, era constituído, em sua grande maioria, de moradores de um tal lugar chamado "Pantanal", lá, pras bandas do Conjunto São Cristóvão, conforme pude ouvir de um daqueles anárquicos pelintrões.
O caso me é surpreendente, porque os chefões não participam a caráter, isto seja, vestindo a camisa do clube a ser prejudicado, o "Vovô" ou o "Leão", e ficam à distância das terríveis embrulhadas.
Sabe-se até então que, por muitas vezes, têm havido brigas nos estádios ou nos terminais de ônibus, em ruas ou praças públicas, entre os mesmos torcedores da TUF ou da CEARAMOR, fruto dos citados delinquentes.
Através de monitores adaptados nos estádios, nas ruas ou em qualquer outro lugar, poder-se-á identificar alguns pilantras agindo nalgumas vezes, entre os alvinegros, e os mesmos noutras vezes, entre os tricolores.
Precisamos de leis urgentíssimas que punam rigorosamente este tipo de infratores, para que não se possa cogitar as extinções das belas e alegres torcidas organizadas - só delas usufruímos o lindo espetáculo duma festa futebolística.
Assim como uma polícia militar não deva ser responsabilizada pelas contravenções de pouco dos seus servidores, um clube de futebol, também, não deve ser punido pelas esculhambações de pouco dos seus torcedores.
Há que se instituir um serviço de inteligência estadual em todas as polícias brasileiras, para que se possa reservar as torcidas organizadas dos acometimentos inesperados, promovidos por agrupamentos sediciosos... Urgente!
PENSEM NISTO, SENHORES GOVERNANTES!
Pedro Mallmann/CAMILINHO
Twitter: @MallmannPedro