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1. Isso vai te deixar você...
2. Vou te mostrar pra você...
Por volta dos anos sessenta, eu e meu irmão José Eduardo Mallmann fomos trabalhar na Tribuna do Ceará (Jornal), desta Capital, a convite de nosso saudoso pai, Dr. Pedro Mallmann, então Diretor e Redator daquele matutino, conhecido pela alcunha de Dom Camilo, do qual fez parte de sua fundação.
Fomos admitidos como revisores de redação e, para isto, tínhamos que ler, minuciosamente, os artigos a serem publicados a cada edição; inclusive o editorial e outros artigos escritos, também, por Dom Camilo; de quem recebíamos, sempre, ordens para que não dispensássemos a criteriosa e indispensável revisão.
Ah, quantas saudades!
Foi-me oportuno lembrar-me dos velhos e áureos tempos em que os órgãos de imprensa viviam em função de jornalistas sapientes e intrépidos; eles, senhores de suas responsabilidades profissionais, eram bastante disputados pelos patrões dos grandes jornais da Capital ou do Interior do nosso Estado.
Ah, quantas tristezas!
É-me difícil reconhecer que, nos tempos de agora, há profunda carência daqueles bravos e nobres homens que faziam do jornalismo maiores sentidos de suas próprias vidas, com invejável dignidade. Os de hoje, submissos às determinações dos patrões e sufocados pelas mordaças impostas às suas legítimas idéias.
É profundamente terrível ler-se ou escutar-se erros de gramática, absurdos, através de rádios, jornais e televisões, quer sejam em editoriais, ou não; sejam em programas radiofônicos de quaisquer naturezas. Erros provenientes de pessoas, até graduadas, que se revelam ineptas e protegidas de alguma forma.
O motivo desta minha deixa é haver, há bem pouco tempo, ouvido de Ana Maria, no "Mais Você", da TV Globo, a frase dois, acima. E de um psicoterapeuta, médico renomado, no "Bem Estar", da mesma rede de televisão, bem recente, a frase primeira. Ambas dizem da ignorância primária das regras gramaticais.
Ah! Quanta falta fazem bons revisores, nestas horas, para, em corrigindo-se erros gritantes, melhorar o nível intelectual de nossa gente, tão desgastado já por toda imprensa televisionada, escrita e falada do nosso país; sem que os responsáveis diretos, nesta causa, se venham a aluir de suas inoperâncias.
Pedro Mallmann Filho/CAMILINHO
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