
O DÉBIL INTELECTO DO POVO BRASILEIRO
Aonde vamos chegar?
Há uma extrema psicopatia (se este for o termo adequado) reinante na cachola do povo brasileiro, que nos deixa desconcertados, ante Nações bem mais civilizadas que a nossa.
Discutiu-se, tanto, sobre preconceito racial, neste país, que, aos poucos, se foram estabelecendo regras para que o nosso negro não sofra discriminações, em linhas gerais.
Depois, vieram manifestações em favor da igualdade da mulher, alcançando grandes conquistas. Certamente que estas conquistas se aniquilarão, caso a mulher se anule, por complexo de inferioridade.
Debates outros, sobre tratamentos preconceituosos e humilhantes, para com nossas mulheres prostitutas, surtiram grandes efeitos. E, logo, foram instituídas normas punitivas aos abusos excessivos.
Agora, se enfatiza, por toda a mídia nacional, a notícia de que brasileiros homossexuais terão amparo de uma nova lei, que os proteja contra aqueles que os caçoam. Com certeza, mais uma lei desnecessária há que surgir, para agrado destes conterrâneos diferenciados.
Sempre, defendi a idéia de que nós brasileiros não somos preconceituosos. E, sim, somos um povo bastante prazenteiro, chegados ao trato das gozeiras, diante de pessoas que nos são diferentes.
Observe-se que:
O branquelo caçoa do negro e o negro, do branquelo. O barrigudo zomba do magrelo e o magrelo, do barrigudo. O grandalhão manga do pirralho e o pirralho, do grandalhão. O cabeludo troça do careca e o careca, do cabeludo. O bonitão graceja do feioso e o feioso, do bonitão...
Haver-se-ia que acrescentar, aqui, páginas e mais páginas, citando inúmeros outros exemplos, a respeito.
Já imaginamos se todo mundo recorresse aos poderes públicos, exigindo amparo de leis especiais e exclusivas para casos isolados?
Já imaginamos se os nossos governantes desperdiçassem seus preciosos tempos, para poder atender a estes medíocres reclamos de nossa sociedade, tão desgovernada?
Verdadeiramente, o que há é muita falta de vergonha, na cara, e exagerado complexo de inferioridade, entre nós, filhos desta Terra, tão querida, chamada Brasil!
Repare-se que:
Se for gazo, isola-se num mundo vazio, por ter complexo de ser albino; e se for negro, por ter complexo de ser crioulo. Se for barrigudo, tranca-se num mundo vazio, por ter complexo de ser gordo; e se for magrelo, por complexo de ser magro. Se for grandalhão, aprisiona-se num mundo vazio, por ter complexo de ser alto; e se for pirralho, por ter complexo de ser baixinho.
E, assim, vai... (!)
Devemos, sim, primeiramente, amarmos a nós mesmos, sem subterfúgios, para que nos sintamos iguais e com os mesmos direitos, dentre aqueles que nos acercam; pois seremos dignos de suas reciprocidades.
Há que se ressaltar que os excessos dos abusos estarão, sempre, presentes em nossas curtas vidas. E não podemos deixar de vivê-las, enquanto estivermos, ainda, respirando.
Em suma, devemos, todos, abominar o complexo de inferioridade, tanto como detestamos o preconceito!
Pedro Mallmann Filho (Camilinho)